ESPUMAS FLUCTUANTES
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REZAS
Na hora em que a terra dorme,
Enrolada em frios véos,
Eu ouço uma reza enorme
Enchendo o abysmo dos céos.
Accendem-se os bentos cirios
Dos vagalumes subtis...
Ave! — murmuram os lirios!
Avel — dizem os covis!
Nos boqueirões ha soluços...
Tem remorso o vendaval...
O mar se atira de bruços,
Com a barba pelo areial.
As nuvens, ajoelhadas
Nos claustros ermos e vãos,
Passam, quaes contas douradas.
As estrellas — pelas mãos...