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ESPUMAS FLUCTUANTES
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E vai brincando co′o vetusto sabre,
Sentar-se á espera no portal da rua...
Misera mãe, sobre teu peito aquece
Esta avesinha que não tem mais pão!...
Seu pae descansa — fulminado cedro —
Do vasto pampa no funereo chão.

Mas já que as aguias lá no sul tombaram
E os filhos d′aguias o Poder esquece...
É grande, é nobre, é gigantesco, é santo!...
Lançai — a esmola, e colhereis — a prece!..
Oh! dai a esmola... que do infante lindo
Por entre os dedos da pequena mão,
Ella transborda... e vai cahir nas tumbas,
Do vasto pampa no funereo chão.

Ha duas cousas neste mundo santas:
— O rir do infante, — o descansar do morto...
O berço — é a barca, que encalhou na vida,
A cova — é a barca do sidereo porto...
E vós dissestes para o berço — Avante! —
Emquanto os nautas que ao Eterno vão,
Os ossos deixam, qual na praia as ancoras,
Do vasto pampa no funereo chão.

É santo o laço em qu′hoje aqui s′estreitam
De heroicos troncos — os rebentos novos! —
É que são gemeos dos heróes os filhos
Inda que filhos de diversos povos!