MOCIDADE E MORTE
E perto avisto o porto
Emmenso, nebuloso e sempre noite
Chamado — Eternidade.
(Laurindo.)
Lasciate ogni speranza, voi ch′entrate
(Dante.)
Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flôr silvestre que embalsama os ares;
Ver minh′alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n′amplidão dos mares.
No seio da mulher ha tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo ha tanta vida...
— Arabe errante, vou dormir á tarde
Á sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz responde-me sombria:
— Terás o somno sob a lagea fria.