Queixas Nocturnas
Quem foi que viu a minha Dor chorando?!
Saio. Minh’alma sáe agoniada.
Andam monstros sombrios pela estrada
E pela estrada, entre estes monstros, ando!
Não trago sobre a tunica fingida
As insignias medonhas do infeliz
Como os falsos mendigos de Paris
Na atra rua de Santa Margarida.
O quadro de afflições que me consomem
O proprio Pedro Americo não pinta...
Para pintal-o, era preciso a tinta
Feita de todos os tormentos do homem!
Como um ladrão sentado numa ponte
Espera alguem, armado de arcabuz,
Na ancia incoercivel de roubar a luz,
Estou á espera de que o Sol desponte!
Bati nas pedras dum tormento rude
E a minha magua de hoje é tão intensa
Que eu penso que a Alegria é uma doença
E a Tristeza é minha unica saúde!