Uma Noite no Cairo
Noite no Egypto. O ceu claro e profundo
Fulgúra. A rua é triste. A Lua Cheia
Está sinistra, e sobre a paz do mundo
A alma dos Pharaós anda e vagueia.
Os mastins negros vão ladrando á lua...
O Cairo é de uma formosura archaica.
No angulo mais recondito da rua
Passa cantando uma mulher hebraica.
O Egypto é sempre assim quando anoitece!
Ás vezes, das pyramides o quêdo
E atro perfil, exposto ao luar, parece
Uma sombria interjeição de medo!
Como um contraste áquelles miseréres,
Num kiosque em festa a alegre turba grita,
E dentro dançam homens e mulheres
Numa agglomeracão cosmopolita,