subtilezas de pássaro, de névoa, de nuvem, que as
duas mãos enigmáticas desse enregelado 8 esgalgado
cadáver por tanto tempo prodigiosamente
contiveram?! Onde, já, a belleza artística do seu
gesto, a graça da sua ductilidade, a eloquência do
seu movimento?,..
E os pés, — ah! — e os pés?! Por onde ficou perdido todo aquelle alvoroço e ardor de caminhar, toda aquella sede insaciável, toda aquella angustia de percôrrer caminhos, de demandar estradas, de conquistar distancias, de romper nervosamente, infatigavelmente, o rumo de um Destino desconhecido?! Onde essa febre, essa febre de caminhar, de vagar somnambulo, pelas noites, pelos dias, taciturnamente? Onde l Onde essa nervosidade, esse calor latente para errar, para noctam])ular só, por entre os rudes aspectos hostis da Naturera fechada em trevas, mudo <′sónas noites, sem estrellas e sem rumo!
Onde a anciedade vertiginosa, delirante, desses pés agora frígidos, parados no espasmo terrível, no doloroso enregelamento, petrificados na amargiirante saudade de rasgar caminhos ermos e iníiaitos?! Pés inquietos, impascientes, atormentados pela desolação dos desertos, queimados pelas tórridas areias saaharianas. e agora — ah I — para sempre álgidos, hirtos e horríveis, rígidos no