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Transcendentalismos invisíveis, imperceptiveis, desprendendo-se cada vez mais da velLa Causa tangivel, despindo-se do Real, fugindo do seu raio biológico de acção commum, entregando-se completamente ao Isolamento, á Abstracção absoluta, até que afinal, um dia, em virtude das próprias Regiões quasi extra-humanas a que ascendera, penetrou, transfigurado, em outras delyrantes e nebulosas Regiões!

Tempos passaram, muitos annos, talvez um século e eil-o que ahi segue ainda, velho já, as pernas bambas, bambas, trôpego a elhinho que o Silencio e o Passado santificam e envolvem com os seus longos véos nocturnos...

Que florestas eram essas, com animaes peiores que os lobos, peiores que os tigres, peiores que as serpentes, peiores que os homens? Não eram, de certo, em região nenhuma da terra, nem do céo, nem do inferno. Onde eram, então, essas florestas? Onde eram?

Mas Araldo, na sua peregrinação constante, caminhava, caminhava, caminhava, como que arrebatado por um vento acre de Imaginação.

O sol, que se tornara intenso, flammejava cada vez mais, ardia-lhe cruamente na face em chicotadas de fogo, fervia, chiava-lhe na pelle,

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