celeste, extingam a luz dessa supérflua lamparina
de ouro, que nos oííasca e irrita; matem esse
moscardo monótono e monstruoso qiie nos morde,
é o que clamam os tempos. Deixem- nos gosar a
bella expressão — locomotiva do progresso — tão
Buííiciente e verdadeira e que cabe tanto na agradável
e estreita órbita em que gyramos e não nos
afflijam e escandalisem com os taes pensamentos,
com as taes espiritualidades, com a tal arte legitima
e outros paradoxos de loucura. Deixem-nos
pantagruelicamente patinhar, suinar aqui no nosso
lodoso e vasto buraco chamado mundo, anediando
pacatamente os ventres velhos e sagrados, eis o
<][ue dizem os tempos. Que excellente, que admirável
regalo se a 1 umanidade se tornasse toda
ella n′uma machina de boas válvulas de pressão,
um simples apparelho útil e económico, do mais
irrefutável interesse — sem saudade, sem paixão,
sem amor, sem sacrifício, sem abnegação, sem
Sentimento, emfim! Que admirável regalo!
Inútil, pois, continua a sonhar o Triste, todo o estrellado valor e bizarro esforço novo das minhas azas, todo o egrégio sonho, orgulho e dor, sombrias magestades que me coroam — monge ou ermitão, anjo ou demónio, santo ou sceptico, nababo ou mizeravel, que eu sou — inútil tudo...