— Mas, por que?
— A alegria e a saude te voltaram... — E Dinah passava as mãos pelos pulsos de sua prima, beijando-a.
— E´ a doçura do mez de Maio... A innocencia da companheira perturbava-a.
— Já tenho permissão de meus tios para entrar para o convento...
— Oh, que satisfacção, até que afinal vencemos! — E Ladice abraçava-a longamente, embora passasse sobre essa alegria como se caminhasse em superficies lisas, resvaladias....
— Vai, segue a tua vocação; não foste feita para o mundo... Oh! não sabes o que elle é, filha. De todo o lado o peccado nos espreita, nos agarra, nos envenena... E uma vez em sua posse, não podemos mais sair; sobretudo quando somos moça e bonita e gostamos do prazer. Todos nós peccamos muito, mas muito... — Aecrescentou ella, alheia á significação nociva dessa affirmação...
— Quando não temos religião, quando não somos puras... Mas tu, Ladice, és bôa e do céo...
— Tambem sou peccadora, não vês ?... Rezo pouco; perco missas; gosto dos theatros, das festas, do luxo... — E em seu intimo a Senhora de Assis entregava a Deus a consciencia pesada, sombria, mas d´Elle...
— São peecados veniaes que te não levarão ao inferno — atalhou Dinah contente, risonha.
— E´ o que pensas... Pecca-se muito nas reuniões.., As lisonjas dos homens, os mãos desejos...
— E´s por demais escrupulosa. O catecismo