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Página:Fabulas (9ª edição).pdf/109

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O charlatão saiu do palacio esfregando as mãos de contente. E como seus amigos, assustados, viessem criticar-lhe o absurdo daquele negocio e o fim desastroso que ele, charlatão, fatalmente teria, o nosso homem piscou velhacamente o olho, dizendo:

— Que ingenuos são vocês! Em dez anos, o rei, eu ou o burro, um de nós tres não existe mais. E assim, de qualquer maneira sairei ganhando. E’ ou não é?

— Todos concordaram que era...


— Gostei! berrou Emilia. Esse é dos meus. Fez um bom negocio e provou que o verdadeiro burro era Sua Majestade.

— Mas se se passassem os dez anos e nenhum dos tres morresse? perguntou Pedrinho.

— Ah, ele não se apertava! Quando faltasse um dia para inteirar os dez anos, dava um veneno ao burro e pronto! Ficava um burro só na historia: Sua Majestade Burrissimo I...



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