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Página:Fantina- (scenas da escravidão).pdf/111

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FANTINA

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tes da muzica em distancia vieram interromper o colloquio entre Daniel e Fantina, os quaes retirados do borborinho abafado que havia pela casa fallavam dos tropeços do presente e das peripecias do futuro.Quando D. Luzia estava rodeada de velhas e moças frescalhonas, que saracoteavam em requebros de quadris, Fantina fallava á Daniel sobre o medo que tinha de perdel-o.

Muito unidinhos no tendal, com as mãos enlaçadas, olhos embebidos uns nos outros, chorando de quando em quando os dois amantes consultavam um plano de salvação. D. Luzia não consentia que ella se cazasse captiva, e também não a libertava sem os dois contos. Daniel já estava resolvido a furtal-a e pedir aos bosques, aos céos, ou aos mares um canto para si.

Fantina muito afflicta, apertando-lhes as mãos, como querendo invocar toda a actividade delle disse :

—Como ha de ser, Daniel, si elle me começar attentar ?

—Não faças caso ; e chega-te bem a D. Luzia.

Daniel contou-lhe que sahia por aquelles quatro dias com o Manuel do Rosário, e que se demoraria um mez fóra.

Fantina sahiu chorando.

Muito abstracto Daniel alli ficou. Parecia-lhe ter