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Farias Brito
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ples, accessível a todos) — Farias Brito repete o seu amor à Verdade e a sua confiança indestruetivcl: “Penso que à Verdade está necessáriamente destinada a Vitória".

E’ à luz dessa fé sincera e robusta no valor do Espirito, é ao calor dêsse afeto superiormente humano que evocaremos a vida e a obra de Raimundo de Farias Brito”.[1]

A idéia de escrever sobre a vida e a obra de Farias Brito nasceu em nossa mente há muito, desde que estudamos a personalidade de Júlio Maria, em livro hoje esgotado e que Jackson nos pedira para a sua coleção Eduardo Prado, do Centro D. Vital. Nem pareça que entre o pensador da Finalidade do Mundo e o eloqüente apóstolo redentorista nada houvesse de comum. Em 1902, quando Júlio Maria realizava em Belém do Pará as suas conferências apologético-sociais de tamanha repercussão nos meios cultos do pais, foi precisamente Farias Brito, chegado havia pouco do Ceará, e sem nenhuma convicção religiosa dogmática (êle próprio o declarou então) quem saiu a campo em defesa do sacerdote católico violentamente atacado por Gomes de Castro, positivista.

Vínhamos, de há muito, lendo e anotando a obra do egrégio pensador. Sem nenhum preconceito, aliás, de exaltação ou ataque sistemático. E é fácil verificá-lo, pela maneira com que distingui-


  1. Conf. cit.