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Do avô na mão rugosa. Sinto, oh virgem,
Teu espirito d'ordem e vigilancia
Sussurrar junto a mim, que te ensinára,
Com materno cuidado, os dias todos
A estender sobre a meza o liso panno,
E até a teus pés o chão de arêa
Reluzente cobrir. Oh mão amada,
Tens divino poder, fazes da choça
Paraiso celeste.
E aqui?

 

(Ergue uma cortina do leito.)

 

Eu tremo
D'intensissimo gosto, horas inteiras
Aqui passar quizera. Natureza,
Aqui em doces sonhos tu formaste
O anjo á terra vindo.

 

Trasbordando
Calor e vida do mimoso seio,
Aqui dormiu infante e com sagrada
E pura evolução, da divindade
A imagem se perfez, ficou completa.

 

E tu! O que te trouxe aqui? Movido
Como sinto da alma o mais profundo!
Que buscas? Porque sentes pesaroso
O coração no peito? Pobre Fausto