Oh santo Deus, o que pensar não ha de
Este homem de mim? Toda acanhada
Diante delle estou e a tudo digo
Sempre que sim. Sou uma pobre tonta,
O que lhe agrada em mim não adivinho.
Espirito sublime, concedeste
Quanto pedir-te ousei. Não foi debalde
Que em fogo para mim volveste a face.
Para reino a soberba natureza
Me has dado, e poder para sentil-a
E gosar-lhe as bellezas. Não permittes
Que frias vistas só lhe lance attonito,
Deixas-me penetrar-lhe o intimo seio
Como um peito de amigo. Ante meus olhos
Dos viventes desdobras a cadêa,
E no bosque frondoso e fundas aguas,
Na vastidão do ar, irmãos me mostras.
E quando na floresta a tempestade
Ronca e brama, o pinheiro agigantado
Baqueando destroça hastes e troncos
Em torno, e ao fragor de sua queda