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Página:Fausto Traduzido por Agostinho Dornellas 1867.djvu/214

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O que tudo contem, que tudo anima,
A mim,a ti e a si contem e anima.
Dos ceus não vês além curvar-se a abobada,
E firme a nossos pés não jaz a terra?
Com amoroso olhar astros eternos
Não se elevam? Não cravo nos teus olhos
Os meus, e penetrar em ti não sentes
Na mente e coração todo o Universo,
Que, arcano insondavel, se desdobra
Visivel e invisivel de ti junto?
Com esse sentimento o peito inunda
E quando nelle immêersa te sentires,
O nome então lhe dá que mais quizeres:
Delicia, coração, ou Divindade! -
Nome não acho, o sentimento é tudo,
O nome é rumor vão, o nome é fumo,
Que o brilho dos ceus tolda e offusca!

 
MARGARIDA

Tudo isso é mui bom, muito bonito,
Quasi que diz o mesmo o nosso padre,
Mas por outras palavras.

 
FAUSTO

Dil-o tudo!
Todos os corações que o Sol aquece,
Na lingua cada um que lhe foi dada,
Dizel-o posso eu tambem -na minha,