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Página:Fausto Traduzido por Agostinho Dornellas 1867.djvu/40

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Mas tambem nunca tenho um'hora alegre!
Nem chego a imaginar que haja sciencia
Em que devéras creia, nem que saiba
Cousa alguma ensinar que aos homens sirva,
E convertel-os possa ou melhoral-os.
Tambem não possuo eu nem bens, nem ouro,
Nem grandezas ou glorias deste mundo;
Um cão não supportára uma tal vida!
Por isso me entreguei todo á magia
Para ver se do espirito as potencias
Alguns arcanos revelar-me podem,
Por que não haja com suor amargo
D'ensinar o que ignoro; o que sustenta
Do mundo o interior conhecer logre,
Veja as forças activas, veja as causas
E cesse o traficar com vans palavras!

 

Seja a vez derradeira, oh luz da lua,
Que vês o meu penar! Já nesta mesa
Tanta noite o velei. Sobr'estes livros
Sobr'os papeis, amiga melancholica
Me appar'cias então. Podesse ao menos
Á tua cara luz nos altos montes
Correr, ir com espiritos em torno
Das grutas revoar das serranias,
Ao crepusculo teu, vagar nos prados,
Da angustia do saber emfim liberto
Ir banhar-me sarado em teu rocio.