Página:Flora pharmaceutica e alimentar portugueza.djvu/520

Wikisource, a biblioteca livre

5' 12 FLOiaA PHATIMlACEUTICA . Q. rotundifolia. Azinheira doce. Folhas ovadas, obtusas, menos oblongas do que as da espécie precedente , hum pouco tenden- tes a redondas, ou ellipticas, com dentes es- pinhosos nas margens, por cima cinzentas-ver- des , e quasi glaucas, por baixo esbranquiça- das , ou cotanilhosas , persistentes bolotas muito compridas. Habita cora a espécie precedente nos Montados ^ e mesmos sitios. . Floresce nos mesmos mezes. Arvore alta. As suas bolotas, chamadas doces, tem muito m.enos adstringência do que as da precedente espécie; sao adoçadas, usadas como alimento; e, segundo Plinio, os habitantes da . Peninsula se serviáo delias nas sobremezas. . Q.r coccifera. Carrasco^ ou Carrasqueiro. Foíhas quasi ovaes, indivisas, com dentes espi- nhosos , glabras em ambas as faces ; caule ar- bustivo. Habita nos terrenos calcareos , e argillosos-calca- ■ reos mais ou menos soltos da Beira baixa , e Províncias meridionaes do Reino. Floresce era Abril e Maio. Arbusto. He nesta espécie que se colhe a grã para as tinturarias, chamada Grã de carrasco. As galhas não são hum producto natural nem destas , nem d^ outras quaesquer espécies do género Quercus; mas hum morboso producto^ causado por hum in- secto do género Cynips : he próprio des- te e d^outros insectos gostarem de dif- f crentes espécies de vegetaes congéne- res , ex. gr. o Curculio Scrophulariae não ataca só huma espécie de Scrophu- laria-y a Chrysomeia Gottingensis ata-