LVII
Canto de Outono
Vamos, prestes, entrar na frígida estação;
Adeus, fulgente luz dos dias estivaes!
Ouço descarregar, com notas sepulcraes,
A lenha destinada ao lume do fogão.
Torna a invadir meu ser todo o inverno: terror,
Odio, raiva, paixão, constante mal-estar;
E, como o rubro sol na fornalha polar,
Transforma-se meu peito em brasa sem calor.