e perguntou onde ficava a escola. Respondi que não ficava em parte nenhuma. No almoço, que teve champagne, o dr. Magalhães gemeu um discurso. S. Excia., respondendo, tornou a falar na escola. Tive vontade de dar uns apartes, mas contive-me.
Escola! Que me importava que os outros soubessem ler ou fossem analphabetos?
— Esses homens de governo têm um parafuso frouxo. Mettam pessoal letrado na apanha da mamona. Hão de ver a colheita.
Levantando-se da mesa, Padilha, de olho vidrado, pediu-me em voz baixa cincoenta mil reis.
— Nem um tostão.
E fui mostrar ao illustre hospede a serraria, o descaroçador e o estabulo. Expliquei em resumo a prensa, o dynamo, as serras e o banheiro carrapaticida. De repente suppuz que a escola poderia trazer-me a benevolencia do governador para certos favores que eu tencionava solicitar.
— Pois sim senhor. Quando V. Excia. vier aqui outra vez, encontrará essa gente aprendendo cartilha.
Mais tarde, emquanto dos alicerces da igreja olhavamos a paizagem, chamei de parte o advogado:
— Oh dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha amanhã. Preciso falar com elle, mas esse desgraçado nem se aguenta nas pernas. Não se esqueça, ouviu? Amanhã, quando elle cortir o pileque.