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Página:Graciliano Ramos - S. Bernardo (1934).pdf/71

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— Juizo de gallinha. Embarcando em canoa furada! Tontos.

Dei-lhes conselhos. Encontrando macieza, Luiz Padilha quiz discutir; tornei a zangar-me, e elle se convenceu de que não tinha razão. Marciano encolhia-se, levantava os hombros e intentava metter a cabeça dentro do corpo. Parecia um kagado. Padilha roia as unhas.

— Por esta vez passa. Mas se me constar que vocês andam com saltos de pulga, chamo o delegado de policia, que isto aqui não é a Russia, estão ouvindo? E sumam-se.

Sumiram-se. Ficou-me um resto de indignação, depois serenei.

— Faz de conta que não houve nada.

Lorotas. Todos esses malucos dormem demais, falam á toa.

— Marciano, coitado, nem por isso. Trata bem do gado, é marido da Rosa.

Quanto ao Padilha, eu sentia prazer em humilhial-o mostrando-lhe os melhoramentos que introduzia na propriedade.

E recomecei a elaborar mentalmente a mulher a que me referi no principio deste capitulo. Revistei a Mendonça, a Gama, a irmã do Gondim (eu nem sabia como se chamava a Gondim) e d. Marcella do dr. Magalhaes. D. Marcella era um pancadão. Cada olho! O que tinha de ruim era usar muita tinta no rosto e muitos “ss” na conversa. Paciencia. Perfeito só Deus.