A questão do Pereira estava dormindo no cartorio, esperando que o juiz de direito desse uma pennada nos autos. João Nogueira disse-me isso uma tarde. Eu então, ligando o caso do Pereira aos predicados de d. Marcella, desci no dia seguinte á cidade, resolvido a visitar o dr. Magalhães.
Encontrei-o á noitinha no salão, que servia de gabinete de trabalho, com a filha e tres visitantes: Joao Nogueira, uma senhora de preto, alta, velha, magra, outra senhora moça, loura e bonita.
Estavam calados, em dois grupos, os homens separados das mulheres.
O dr. Magalhães é pequenino, tem um nariz grande, um pince-nez e por detraz do pince-nez uns olhinhos risonhos. Os beiços, delgados, apertam-se. Só se descollam para o dr. Magalhães falar a respeito da sua pessoa. Tambem quando entra neste assumpto, não pára.
Naquelle momento, porém, como já disse, conservavam-se todos em silencio. D. Marcella sorria