Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/106

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— Em paz o quero eu, atalhou o ajudante com um regougo de riso, mas é no Forte do Brum, aos tirantes de uma peça de 64. Não há como isso, para amansar o lombo desta canalha de birbantes.

— Tamanho rigor não pede o caso. Uma rapazia de moço brejeiro... Basta que o pai lhe passe um repelão e lhe traga tente as rédeas.

— Aquele?... Não toma caminho, a não ser o do pelourinho, onde certo vai parar, se não o amarrarem à carreta e sem demora.

— Se o mandassem a Lisboa estudar, não cuida o ajudante, que se havia de fazer gente? Lembre ao mercador, como cousa sua; verá que ele abraça logo o alvitre. Vá, vá ter com o homem.

Falara D. Sebastião com a habitual volubilidade; mas na leve resistência que despontara através da última réplica, percebeu o Ajudante Negreiros o pulso da vontade oculta, que à semelhança da odalisca de um serralho, nunca se mostrava a rosto descoberto.

Quando porém o fidalgo, sobre despedi-lo com a palavra e o gesto, voltou-se de todo para o secretário, impedindo assim qualquer réplica, compreendeu nosso ajudante que a ordem era peremptória, e rasgando uma cortesia com a cabeça inclinada a