Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/190

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as palavras que trocaram o ajudante é o governador, ao passarem rente com a palhoça onde se agachara.

Desde que desapareceu a comitiva, surdiu o mascatinho sarapatando, e lobrigou o Negreiros que apeava-se na calçada da loja. Ali naquela hora se ia decidir de sua sorte, e sabendo do empenho que punha o mercador em agradar a D. Sebastião, tinha já como cousa assentada, a remessa para Lisboa.

No primeiro navio que se fizesse de vela para aquele porto, lá ia ele encomendado a algum tio da outra banda; e tão cedo não veria a sua Marta, nem de tão longe a poderia disputar aos que se atrevessem a pretendê-la.

Logo, sem mais detença, cuidou em evitar o golpe; e o único meio que tinha era desaparecer da casa, e de modo que lhe não pudesse o pai seguir a pista e agarrá-lo.

— Não me pilham!... disse o mascatinho ao concluir a sua breve reflexão. Vamos rondando do lado do quintal, a ver se posso apanhar-me dentro de casa e arranjar a trouxa. Depois raspo-me; e passem lá muito bem.

Era precavido o rapaz, no que mostrava a despontar entre os arreganhos marciais o sangue mascate. Como podia ter necessidade de