Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/204

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O Garatuja estava feito; faltava-lhe apenas a forma. A cidade colonial de São Sebastião, eu tenho-a tantas vezes estudado e discorrido por ela, que já a conheço melhor do que a cidade imperial em que habitamos.

Foi para mim um anódino ao tédio da moléstia, essa crônica despretensiosa, escrita sem esforço nem cuidado, com o maior desalinho. Outra sorte desejava eu para a Guerra dos Mascates, que todavia sai mau grado, tanto, se não mais, descuidada na composição, como na revisão.

Era minha intenção acompanhar este volume de notas, com referência à parte histórica da obra, mas sobre faltar-me o tempo, careço da paciência para esse trabalho tão fastidioso, quanto em geral desdenhado.

A Guerra dos Mascates é talvez dos fatos da nossa história colonial aquele de que nos ficaram mais copiosos subsídios. Temos acerca dessa grotesca revolução o informe dos dois partidos, os quais, como sempre acontece, exageraram cada um por sua conta.

Dos personagens, que a história memorou, o principal é sem dúvida Sebastião de Castro Caldas, governador e capitão-general de Pernambuco, posto ao qual foi promovido depois que deixou o governo da Capitania do Rio de Janeiro, onde serviu entre os anos de 1695 a 1697.

De seu caráter, como dos fatos que referem os cronistas, não carecemos de ocupar-nos aqui, pois melhor se verão do texto da obra, especialmente do segundo volume, onde a ação se desenvolve.