Página:Guerra dos Mascates (Volume I).djvu/87

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contar ao pai para ele ralhar comigo!...

— Ora essa!... ponderou Cosme, e acabou a frase com um jeito que fez rir a um dos olhos, o do lado do poeta, e choramingar o outro, que pusera ao serviço de Nuno.

— Também você madrugou! disse o Lisardo.

— Com os seiscentos! Ando nos dezoito anos!...

— Dezesseis, Nuno!...

— Que seja! Já me nasceram todos os dentes, tenho mais um palmo de altura do que este carrapeta do Cosme!

— Nem tanto! replicou o escrevente empertigando-se.

— E não sou um homem?. . . Que me falta?... Barba?... Não é essencial; o Camarão tem a cara lisa como uma melancia e já está madurão!

— E o primo, o grande Camarão, dizem que era o mesmo. Nem um fio na cara; na cabeça, sim, com fartura.

— Com isso que nos conta, Nuno, mais me enche você de razão. Se o seu cuidado está cá no Recife, não é pelo caminho de Olinda que há de chegar.

— Isso depende do modo de caçar de cada um. Você, Lisardo, vai se chegando devagarinho para não espantar a rola. Eu cá atiro