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Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/149

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sou o mais humilde servo... servo dos servos... da Senhora D. Rufina, muito digna e excelente esposa do senhor juiz almotacé; e sempre que precise da insignificância do meu préstimo. me verá a seus pés, como o último de seus cativos para receber as ordens, que é uma honra servir a tão virtuosa dama.

Aqui o Cosme deu um torcicolo e fez uma caramunha de lástima:

— Mas veja a senhora que eu, que não tenho eira nem beira, vivo da rasa do cartório e mais de alguns magros vinténs que tiro de copista do licenciado. Ora, se lá desconfiam que eu ando metido nas contendas dos senhores mercadores com os pernambucanos, com certeza me põem na rua a ver navios, sem ter com que comprar um bocado para a boca.

— Não tenha medo, que não desconfiam, disse a Rufina.

— Eu também acho! acrescentou a Inacinha.

— Se já eles andam de orelha em pé por certas cousas!... Agora se... se a Senhora D. Rufina, senhora da minha maior veneração, que pode tudo por seu honrado esposo, o qual é pessoa principal da terra: se a minha rica senhora quisesse... quisesse ser madrinha deste pobre coitado, para lhe arranjar um dos ofícios da vila que se vai criar, então... então... já eu estava mais descansado e podia fazer as cousas com jeito.