velho para despicar-se, mas este, como se o grande esforço que fizera o houvesse extenuado, se abordoara a um tronco d'árvore para não cair, e mal podia tomar fôlego.
— Eis em que dão as fanfarronadas! disse o Nuno.
O velho, como que envergonhado da sua bravata, foi-se esgueirando pelo corredor, não sem lançar um olhar significativo a Leonor cujas faces se cobriam de uma lividez mortal.
Sob aquele disfarce, reconhecera a donzela Vital Rebelo, sobretudo quando brandindo a espada, o velho perfilou o talhe; da aventura do tempo dos holandeses compreendeu ela que o marido se preparava a arrancá-la do poder de seus parentes, e dava-lhe aviso por aquele meio em falta de outro.
E não se enganara. Vital não contando senão consigo, resolvera libertar sua mulher do cativeiro em que a traziam e, antes de levar a cabo a empresa, julgou prudente explorar o campo e dar aviso a Leonor. Com esse fito se disfarçou, valendo-se do pretexto que lhe ofereceu a leva do Nuno.
Deixando Olinda, foi o alferes em busca de seu cavalo, que ficara oculto em uma palhoça de pescador perto do Brum, e só à tarde ganhou o Recife. Ia dispor as cousas para realizar o seu plano naquela mesma noite.