Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/208

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e assim assegurar por uma morte infalível o êxito de seu nefando e sacrílego trama, mas a Divina Providência, que vela sobre os destinos dos povos, permitiu que os assassinos não empregassem nos mosquetes a carga suficiente, de modo que, sendo as feridas superficiais. restava essa esperança de salvação para o excelentíssimo enfermo, sendo ela todavia tão precária que a sapientíssima junta não se animava ainda a formular um diagnóstico favorável".

Para que o leitor possa aquilatar bem desta sandice doutoral, vamos confiar-lhe um segredo, que até agora escapou às laboriosas investigações do Instituto Histórico, deixando na sombra a verdade sobre o fato culminante da Guerra dos Mascates.

O tal sublimado corrosivo que a mestrança achou na perna de Sebastião de Castro, aqui à puridade, não era outra cousa senão sal de cozinha, com que o Tunda-Cumbe e seu companheiro tinham carregado os mosquetes a mandado da Senhora Rufina. A mulher do Simão Ribas, que no fundo e apesar dos epítetos um tanto pitorescos com que o mimoseava, não tinha raiva ao Sebastião de Castro, e só inquijilava com ele por quere-lo mais homem e mais governador, especialmente depois do desaforo da perna cabeluda; a digna almotacé,