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Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/58

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e da chefia, pôr cobro a esse desmando, abstinha-se, apesar dos rogos da sobrinha D. Antônia de Figueiredo, mãe de Leonor.

Foi sempre o jogo uma das fidalguias dos Cavalcantis; por isso o velho pecador, que não era homem de pregar como Frei Tomás, desconversava o caso.

Sucedeu que os prédios queimados por Luís Barbalho fossem comprados, uns diretamente e outros em segunda mão, por Manuel Rebelo, pai de Vital e negociante de grande giro, que havendo acumulado cabedal, não perdia ocasião de dar-lhe seguro e vantajoso emprego.

Outro, se ele não se propusesse, haveria os bens e por mais vil preço. Não obstante, aquela coincidência fortuita tornou-se crime aos olhos dos parentes propensos a buscar um bode expiatório para as culpas de seu conjunto.

Ainda Vital não era conhecido de Leonor, que já esta aprendera da mãe a abominá-lo, como o herdeiro, no nome e no rancor, do usurário que arruinara seu pai, reduzindo à extrema pobreza sua casa. Mas estas sementes de malquerença em coração de menina são arriscadas, porque em vez dos abrolhos, acontece as mais das vezes brotarem rosas.

Já se vê que André de Figueiredo não podia ver de boa sombra que sua sobrinha fosse requestada