Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/99

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se perdido; pois afinal se lhe esgotariam as forças e seria obrigado a traspassar-se com a própria espada, para se não render ao inimigo.

Todavia não o abandonara ainda a confiança que tinha na afouteza de seu ânimo, como na força de seu braço. Empenhando o combate com o capitão, ele concentrou-se para dividir a atenção entre o manejo da espada e a pesquisa de algum meio de salvação.

Por diversas vezes se precipitara Leonor para implorar o tio em favor do marido; mas a um aceno de André de Figueiredo, um dos sequazes conduzira a donzela a seu mau grado para o outro extremo do aposento, colocando-se por diante para tirar-lhe a vista do combate.

Entretanto este prosseguia, sanhudo e furioso da parte de André de Figueiredo, sereno e atento da parte de Rebelo, que, pronto em parar os golpes, mas desdenhando as abertas que lhe oferecia a imprudência do inimigo, não cessava de perscrutar os recantos do aposento.

Tinha este duas portas, uma de saída exterior, por onde havia entrado o mancebo; outra de comunicação interior; por onde viera D. Leonor. Ambas estavam fechadas à chave, com trancas atravessadas; e eram champrões de lei impossíveis de arrombar. Por esse lado, pois, não havia esperança de escapula; menos por outro qualquer,