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— Tanto melhor!

Um escravo entrou no quarto, a fim de servir a Estácio; Mendonça, ansioso por lhe falar de Helena, contentou-se com trocar algumas vagas indicações.

— Recebeste a minha carta? disse ele.

— Recebi.

— Não esperavas por ela, aposto...

— Não.

— Como eu não esperava escrevê-la. Estás aborrecido?

— Estou cansado.

— Naturalmente, assentiu Mendonça, abrindo um livro que achou sobre a mesa e tornando-o a fechar.

O silêncio prolongou-se alguns minutos, durante os quais Mendonça tornou a abrir o livro, examinou uma espingarda de caça, preparou um cigarro e fumou. O escravo ajudava o senhor a mudar de roupa. Estácio continuava mortalmente calado; Mendonça falou algumas vezes, sobre coisas indiferentes, e o tempo não correu, andou com a lentidão que lhe é natural, quando trata com impacientes. Logo que Estácio se deu por pronto, e o escravo saiu, Mendonça voltou diretamente ao assunto que o preocupava.