A cavaleira brandira o chicotinho, e o animal saíra a trote largo pelo terreiro fora. Estácio, no primeiro momento, deu um passo e estendeu a mão como para tomar a rédea ao animal; mas a segurança da moça logo lhe deixou ver que ela não fazia ali os primeiros ensaios. Ficou parado, de longe, a admirar-lhe o garbo e a destreza. No fim de vinte passos, Helena torceu a rédea e regressou ao ponto donde saíra.
— Que tal? disse ela logo que estacou. Terei jeito para a equitação?
— Criança!
— Que é isso? Já aprendeu? interveio D. Úrsula, do alto da varanda, onde acabava de chegar.
— Estava caçoando conosco, disse Estácio. Vê como sabe montar?
— Ela sabe tudo, murmurou D. Úrsula entre dentes.
Estácio montou no cavalo. Consultou o relógio; eram sete horas e meia.
— Permite que o acompanhe? perguntou Helena.
— Com uma condição, disse ele; é que há de ter juízo. Não quero temeridades; a égua é aparentemente mansa, convém não brincar com ela. Já vejo que você é capaz de muitas coisas mais...
— Prometo ir pacificamente.