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como ele. Nos citados Milagres do Brasil sobram exemplos desta sua ojeriza. E na também citada Epístola ao Conde do Prado:

Pois eu por limpo e por branco Fui na Bahia mofino

Não suporta o menospreço da gente da Bahia à sua superioridade, e não lhe sofre a paciência a este jurista que a sua qualidade de branco e outras partes lhe não dêem insenções e regalias:

Não sei para que é nascer neste Brasil empestado um homem branco e honrado sem outra raça. Terra tão grosseira e crassa que a ninguém se tem respeito salvo se mostra algum jeito De ser mulato!

[...]

Os brancos aqui não podem mais que sofrer e calar e se um negro vão matar chovem despesas. Não lhe valem as defesas. Do atrevimento de um cão, porque acorda a Relação sempre faminta.

E, mais, ainda nos Citados Milagres do Brasil:

Que vos direi do mulato, que vos não tenha já dito, se será amanhã delito falar dele sem recato?