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colaboraram, com alguns dos poetas citados, Pedra Branca, Silva Alvarenga, José Bonifácio e todos os homens doutos do tempo que deixaram qualquer sinal de si nas nossas letras, marquês de Maricá, Camilo Martins Lage, Pedro Francisco Xavier de Brito, Silvestre Pinheiro Ferreira, José Saturnino da Costa Pereira, etc. O Brasil e tudo quanto lhe interessava o conhecimento e o progresso eram os seus assuntos prediletos.

José de Sousa de Azevedo Pizarro e Araújo (1753-1830), José da Silva Lisboa (visconde de Cairu) (1756-1835), Baltazar da Silva Lisboa (1761-1840), Luís Gonçalves dos Santos (1764-1844), Mariano José Pereira da Fonseca (marquês de Maricá) (1773-1848), José Feliciano Fernandes Pinheiro (visconde de S. Leopoldo) (1774-1847), além de somenos nomes com que facilmente se alongaria esta lista, formam como prosistas o exato pendant dos poetas nomeados seus contemporâneos. Tem, porém, sobre estes a superioridade de uma obra que ao tempo foi mais útil e serviu melhor à causa da nação e particularmente da sua cultura. A de alguns deles tem ainda o mérito de haverem iniciado qualquer cousa na cultura ou nas letras brasileiras: assim a de Cairu estréia aqui os estudos econômicos e de direito público e mercantil, a de Maricá a literatura moralista. É o que lhes dá direito ao menos à menção dos seus nomes na história da nossa literatura. Com exceção de um ou outro, não são propriamente escritores com idéias e dons de expressão literária, ou que representem o espírito ou o sentimento do seu povo, nem as suas obras têm qualidades que nos permitam lê-las sem fastio e displicência e pelas quais se incorporassem no patrimônio das nossas boas letras. São, porém, expoentes ingênuos e expositores sinceros da cultura da sua época no Brasil, seus promotores e fautores aqui. Tais são principalmente o visconde de Cairu, o marquês de Maricá, o visconde de S. Leopoldo e o mesmo Aires de Casal, se não fora português.

José da Silva Lisboa, a quem seus grandes méritos literários