Página:Historia e tradições da provincia de Minas-Geraes (1911).djvu/109

Wikisource, a biblioteca livre

esse ca­samento... não é praga, que estou rogando, não; Deus tal não permita; – quer me parecer, que não pode acabar bem.

– Dê no que der, juro que não hão de ter muito alegre a sua lua-de-mel. Pelo menos hei de quebrar a cara àquele tratante.

– Deixa-te disso, menino; é como te disse, não te dês por achado. O desprezo é a melhor vingança, e a única que eles merecem. Finge mesmo que vieste apaixonado pela linda uberabense, e que te julgas feliz por te terem aliviado de uma carga, que outra coisa não é a tua Lucinda, e deixa correr trinta dias por um mês. Enfim, meu filho, há muito tempo de conversar: sossega esse coração e vai descansar, enquanto eu vou preparar-te uma boa ceia.

– É escusado, minha mãe; não tenho fome nenhuma, a boca amarga-me como fel, e a minha cabeça é uma brasa.

– Quem sabe, tens algum ramo de febre.

– Qual febre! a minha febre é a raiva, é o desespero.

– Ora por quem és, esquece-te disso e vai descansar.

– Não estou cansado, minha mãe; vou passear para distrair-me um pouco.