Página:Historia e tradições da provincia de Minas-Geraes (1911).djvu/118

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para nada. A Lucinda anda por aí cada vez mais trêfega e garrida, rindo, pulando e saracoteando como nunca, e tu meu fracalhão, andas aí todo embezerrado e amuado como criança que apanhou bolos, sem ter ânimo de varrer da memória aquela sirigaita!... ah! meu filho, meu filho, assim tu me desesperas!

– Ah! minha mãe, como vosmecê se engana! eu faço tanto caso hoje de Lucinda como da primeira besta que com­prei em Sorocaba, que já nem sei de que cor era.

– Deveras!... então que motivo tens mais para andar assim triste e sorumbático?

– Minha mãe não se lembra que no fatal dia em que aqui cheguei, procurando dar-me conselhos e consolações, entre outras coisas me disse: – não te dês por achado, finge mesmo que morres de amores pela linda uberabense?

– Oh! se me lembro!... como se fosse hoje, e é isso o que deverias ter feito logo.

– Pois bem, minha mãe; não é preciso fingir; eu morro mesmo de amores por ela.

– Deveras!.. tão depressa! tão longe dela!... como pode ser isso, meu filho?

– Também não sei lhe dizer, minha mãe. Quer-me parecer, que já a amava desde lá sem o saber. Apagou-se