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Página:Historia e tradições da provincia de Minas-Geraes (1911).djvu/134

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apagando ao longe como as sombras de um painel desbotado pelo tempo. Nem uma brisa agitava o ambiente perfumado e morno, e melancólico silêncio pousava sobre as solidões.

Havia um ano, que naquele mesmo lugar, em uma serena e silenciosa tarde como aquela, Paulina tinha ouvido sua sen­tença de morte dos lábios daquele mesmo, que pouco antes lhe tinha salvado a vida.

Paulina olhava para o caminho da Uberaba... dava o último adeus às suas esperanças, e dentro da alma como que lhe sussurrava um hino confuso, mais dorido e fúnebre como o eco, da campa que tomba sobre um cadáver.

Quando mais absorvida se achava em seu angustioso cismar, eis que se lhe apresenta em frente o rosto rubicundo e folga­zão do seu bom primo, do seu noivo. Aquela aparição inespe­rada, que vinha quebrar de modo tão abrupto e cruel o fio de seus dolorosos pensamentos, causou-lhe a mais desagradável impressão, o mais horrível choque que imaginar-se pode. Mas forçoso lhe era dissimular.

– Prima de meu coração, – disse-lhe Roberto com toda a meiguice de que era capaz, – o que está fazendo aqui tão sozinha?!... vamos passear, e não aqui assim triste como uma juriti de asa quebrada.

– Ora primo!... respondeu ela esforçando-se por