– Pois não sabe o senhor Ribeiro, que num dia seu sobrinho tomado de ciúmes, sem que eu desse motivo algum, cuidando que eu fazia a corte à sra. d. Paulina, veio me tomar satisfações; e que eu para livrá-lo do engano e da aflição em que o via, em termos de fazer alguma loucura, protestei-lhe que não tinha o menor amor à senhora sua filha, – e não tinha, pelo menos eu então assim o acreditava, – e jurei-lhe pelas cinzas de meu pai que nunca serviria de estorvo ao seu casamento com a mesma senhora?...
– Não, senhor; nunca ouvi falar em tal coisa.
– Pois é a verdade desgraçadamente, e agora... tenho os braços atados.
– Mas que tem isso?... que importa esse juramento, se Paulina não quiser casar-se com ele?...
– Contanto que não seja eu que o estorve...
– E será ele tão mau, tão desalmado, que queira sacrificar sua prima?...
– Não sei, senhor. – A verdade é que dei-lhe o juramento; desse juramento só ele pode desobrigar-me.
– E que remédio terá ele, se nem eu, nem Paulina quisermos aceitá-lo?... Vamos, meu amigo, vamos ver a pobre menina; ela está sempre a falar no seu nome. Veja se a pode tranqüilizar. Engane-a mesmo, se tanto é preciso, dê-lhe uns toques de esperança.