contemplava em adoração o rosto de Paulina, e julgava-se transportado ao paraíso.
O silêncio, que há alguns instantes reinava naquele aposento, como em um santuário, teria durado ainda mais longo tempo, se não viesse quebrá-lo bruscamente um pajem, que entrou aceleradamente no quarto, e entregou uma carta a Joaquim Ribeiro. Este no mesmo instante abriu-a sem refletir, que ia excitar a curiosidade de Paulina, e que a carta que vinha da fazenda do pai de Roberto, podia conter uma má nova. Dentro dela vinha outra carta dirigida a Eduardo, que Ribeiro imediatamente lhe entregou.
Ribeiro passou rápida e silenciosamente os olhos pela carta que lhe era dirigida; o seu conteúdo era o seguinte:
– “Dou-lhe a triste notícia que meu filho Roberto amanheceu hoje morto em seu quarto com a cabeça atravessada por uma bala. O infeliz, quando aqui chegou ontem, encerrou-se em seu quarto sem aparecer a ninguém. Ao romper do dia ouviu-se um tiro no seu quarto; acudiu-se prontamente, arrombou-se a porta, e fomos achá-lo estendido no chão e lavado em sangue. Que desgraça, meu amigo!... não posso atinar com o motivo que o levou a tal loucura... Achou-se sobre sua mesa essa carta ao senhor Eduardo, com a recomendação de ser entregue imediatamente,