um galho se via perto dela uma pequena maca, onde dormia um irmãozinho seu, que ela embalava cantando, e enxotando com um ramo os maribondos e mutucas, que lhe esvoaçavam em torno. Espalhados pela praia, pendurados ou encostados pelos troncos viam-se armas, redes, esteiras e mais utensílios indianos, sinal de que a sua horda não devia andar por longe. De feito, Jurema e seus companheiros tinham-se entranhado pela floresta à cata de jabuticabas, araticuns, bacuparis e outras frutas silvestres de que abundam aquelas matas, e deixaram ali Jupira tomando conta do rancho e vigiando a criança.
Entretida com aquele cuidado Jupira não viu um vulto, que na margem oposta surgiu da mata, e atirando-se ao rio o veio atravessando sereno e sem ruído, como um jacaré, mal tendo a cabeça fora da água.
Ao aproximar-se da barranca mergulhou, e Jupira só o viu quando surgindo fora da água, saltou na praia perto dela. Soltou um grito de susto cuidando ser algum monstro aquático, que a vinha devorar; porém, seu terror ainda subiu de ponto, quando naquele vulto reconheceu Baguari, que se erguia ao pé dela gotejante, gigantesco e hediondo, com os olhos vermelhos e chamejantes como duas brasas.