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Página:Historia e tradições da provincia de Minas-Geraes (1911).djvu/219

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– Seja como quiseres... mas esse columim?... disse o índio apontando para a criança.

– Tupã tomará conta dele – respondeu a menina apon­tando para o céu.

Entraram na canoa, e Jupira para mostrar que de bom grado acompanhava o seu roubador, levou para dentro dela seu arco e flechas, e mais utensílios que lhe pertenciam. Sua intenção porém era precipitar-se no meio do rio, e deixar-se afogar, no caso que não pudesse matar Baguari. Chegados que foram ao meio do rio, Jupira debruçou-se sobre o bordo da canoa como para mirar a profundidade das águas. Um forte pé de vento, que então se levantou, arrancou-lhe da cabeça e atirou no rio o bonito canitar de penas de arara guarnecido de ouro e pedrarias, que trouxera da casa de seu pai.

Uma súbita inspiração atravessou o espírito de Jupira.

– Ah! o meu canitar!... o meu canitar!... exclamou a menina ajuntando as mãos com mostras de grande lástima.

– O meu canitar, que eu quero tanto... lá se vai pela água abaixo!... ah! meu Deus, espera, Baguari!... vou ver se o posso apanhar.

Dizendo isto fazia gesto de quem ia lançar-se a nado.