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Página:Historia e tradições da provincia de Minas-Geraes (1911).djvu/222

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peito as setas, com que os lindos olhos de Jupira lhe haviam atravessado o coração.

Apenas os índios o reconheceram, soltaram grandes alaridos de dó, recolheram o cadáver em uma grande maca, teceram em torno dele danças fúnebres, e deram-lhe sepultura à sombra de uma velha sucupira.

Feitas as honras fúnebres ao seu valente chefe, aqueles indígenas trataram logo de marchar pela margem do Rio Grande acima a fim de lhe vingarem a morte. A horda de Baguari era muito mais numerosa e forte do que o bando desorganizado em que vivia Jupira, o qual constava de relí­quias de hordas devastadas e dispersadas pelos brancos. De longo tempo em contato com os brancos tinham perdido os hábitos belicosos, e grande parte de sua coragem e fereza selvática. Em breve chegou-lhes aos ouvidos a notícia de que a gente de Baguari marchava contra eles a fim de vingar a morte de seu chefe. Fracos e pusilânimes, aqueles restos da família caiapó não podiam resistir aos robustos e aguerridos Guaianás, que sobre eles vinham cheios de cólera e sede de vingança, e seriam infalivelmente exterminados.

Jupira não havia ocultado aos seus a morte do sanhudo Baguari; pelo contrário, risonha e triunfante lhes narrou com toda a franqueza e ingenuidade