A rola viúva não saberia gemer com mais tristeza, do que Jupira suspirou aquela magoada queixa.
Carlito comovido caiu em si, e sentiu acudirem-lhe as lágrimas aos olhos.
– Eu não te querer mais, meu bem? quem te disse isso?...
– Quem me disse!?... ainda me perguntas?... estas árvores, este rio, este céu que nos cobre, tudo está vendo que não sou mais querida...
Carlito não sabendo o que responder-lhe, abraçou-a, e procurou abafar-lhe a voz com beijos.
– Deixa-me, Carlito; Jupira já não é mais tua, – murmurou ela esquivando-se aos beijos de Carlito.
Os olhos de Jupira desataram uma torrente de lágrimas. Era a primeira vez que chorava em dias de sua vida, desde que deixara de ser criança.
As lágrimas que borbotavam ardentes e copiosas dos olhos de Jupira, escaldavam as faces de Carlito, mas bem depressa se estancaram, e os olhos da cabocla reluziram secos e cintilantes como os da jararaca enfurecida; passou pelos lábios ressequidos a língua fina e rubra, soltou um sorriso convulso, amargo, indefinível, e disse:
– Quando não me quiseres mais bem, me fala; ouviste, Carlito?...