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Página:Historia e tradições da provincia de Minas-Geraes (1911).djvu/267

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ainda com ar tão inquieto e perturbado que surpreendeu as duas mu­lheres.

– Foram para a banda da Olaria, – respondeu Genoveva; – mas o que tens, minha filha, que estás tão assusta­da?... aconteceu alguma coisa?...

Sem nada responder, com grande espanto das duas mulheres, Jupira de um salto pôs-se da parte de fora, e lá se foi a correr para o lado da Olaria, que distava dali quase meia légua.

Dirigiu-se para o remanso, onde esperava encontrá-los, penetrou pela estreita ourela de mato que bordeja o rio na­quela paragem, e chegou à borda esbaforida, desgrenhada e torva como uma onça malferida. Lançou os olhos pelo rio acima, e viu a canoa boiando serena pela torrente abaixo, em meio dela Carlito em pé com seu anzol na mão pescando tranqüilamente, e por detrás dele Quirino com a faca alça­da... Súbita vertigem cobriu-lhe os olhos de uma nuvem cor de sangue, e antes que ela pudesse soltar um grito, a faca tinha descido três vezes sobre as costas da infeliz vítima, que sem soltar um ai caiu de bruços no fundo da canoa golfando sangue aos borbotões.

Através da caligem que lhe turvava os olhos, Jupira viu aquela horrível cena como em um pesadelo, bateu palmas, e deu um grito, antes um uivo