em relação à sua inteligente e encantadora prima, não tinha motivo para contar muito com a afeição e o amor de Paulina. Por isso era ele ciumento como um tigre, e seu coração vivia sempre em contínuos sustos e sobressaltos.
Não podia aportar à fazenda de seu tio um mancebo, um homem qualquer de boa aparência e de algum tratamento, que não tremesse logo pelo seu tesouro, julgando que já lho queriam roubar, e que logo não voasse para lá sombrio e desconfiado a vigiá-lo com seus próprios olhos, como o jacaré de sentinela ao seu ninho.
Julgava, – e nisso tinha alguma razão, – que ninguém podia ver Paulina sem que logo morresse de amores por ela, e não desejasse a todo o custo possuí-la por esposa.
O casamento dele com a prima também não passava de uma coisa apenas conversada entre as duas famílias, uma hipótese plausível no futuro, e nada tinha de um compromisso sério, que rigorosamente os obrigasse. Roberto portanto, se bem que nenhum obstáculo até então se opunha à futura realização de seu mais ardente desejo, todavia nenhuma garantia segura tinha também que o pudesse tranqüilizar, e por isso razão de sobejo tinha ele para andar com alma entregue a contínuos cuidados e inquietações.