— Mamãe! eu quero gelatina! disse o menino Antonico.
— Eu não sei fazer discursos; bebo simplesmente à saúde dos noivos.
Todos beberam à saúde dos noivos.
— Quero gelatina! insistiu o filho de José Lemos.
D. Beatriz sentiu ímpetos de Medéia; o respeito aos convidados impediu que ali houvesse uma cena grave. A boa senhora limitou-se a dizer a um dos serventes:
— Leva isto a nhonhô...
O Antonico recebeu o prato, e entrou a comer como comem as crianças quando não têm vontade: levava um colherada à boca e demorava-se tempo infinito rolando o conteúdo da colher entre a língua e o paladar, ao passo que a colher, empurrada por um lado formava na bochecha direita uma pequena elevação. Ao mesmo tempo agitava o pequeno as pernas de maneira que batia alternadamente na cadeira e na mesa.
Enquanto se davam estes incidentes, em que ninguém realmente reparava, a conversa continuava seu caminho. O Dr. Valença discutia com uma senhora a excelência do vinho Xerez, e Eduardo Valadares recitava uma décima à moça que lhe ficava ao pé.
De repente levantou-se José Lemos.
— Sio! sio! sio! gritaram todos impondo silêncio.
José Lemos pegou num copo e disse aos circunstantes: