éis que se supõem apóstolos e mártires. Cabeça alta, olhos vagos, cabelos grandes e caídos; algumas vezes abotoava o paletó e punha a mão ao peito por ter visto assim um retrato de Guizot; outras vezes andava com as mãos para trás.
O Dr. Lemos falou-lhe a terceira vez que o viu assim, porque das duas primeiras o rapaz esquivou-se por modo que não pôde deter-lhe o passo. Fez-lhe alguns elogios às suas produções. Expandiu-se-lhe o rosto:
— Obrigado, disse ele; esses elogios são o melhor prêmio das minhas fadigas. O povo não está preparado para a poesia: as pessoas inteligentes, como o doutor, podem julgar do merecimento dos outros. Leu a minha “Flor pálida”?
— Uns versos publicados no domingo?
— Sim.
— Li; são galantíssimos.
— E sentimentais. Fiz aquela poesia em meia hora, e não emendei nada. Acontece-me isso muita vez. Que lhe parecem aqueles esdrúxulos?
— Acho-os esdrúxulos.
— São excelentes. Agora vou levar algumas estrofes que compus ontem. Intitulam-se “À beira de um túmulo”.
— Ah!
— Já assinou o meu livro?
— Ainda não.
— Nem assine. Quero dar-lhe um volume. Sai