olhar do principe que a dominava, mas amava-o, era amada, eis tudo.
Dama de honor da princeza real da Suecia, fôra outr'ora galanteada, requestada. Um moço official de cavallaria estivera para desposal-a, chegára a fazer-se o enxoval, mas o coração de mademoiselle Munck, por um d'esses presentimentos extraordinarios que se não podem explicar, retirára á ultima hora o seu consentimento.
Não era aquelle o homem que ella devia amar.
Enfastiada da côrte, pensando já talvez no principe Oscar, como no impossivel, quando a obrigaram a voltar a Stockolmo, a sua belleza reapparecêra velada por um veu de dôce melancolia.
Foi então que o principe Oscar fez reparo na belleza de mademoiselle de Munck,—essa belleza triste das violetas.
Mas as almas namoradas, se avançam um passo para o seu ideal, deliciam-se em recuar dois passos, como para se atormentarem deliciosamente.
Ebba Munck fugiu da côrte, talvez com o proposito de não voltar mais.
Fez-se irmã da caridade n'um hospicio de Stockolmo, quiz consagrar a Deus o seu pensamento, mas o amor do principe foi ahi procural-a para adquirir a certeza de que era correspondido.
Uma affirmação categorica, tanto mais desafogada quanto parecia irrealisavel, exaltou a paixão do principe, que desde esse dia não teve senão um unico pensamento: desposar mademoiselle de Munck.