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Página:Historias de Reis e Principes.djvu/314

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um bom montanhez do Tyrol, cujo fato vestia nas suas excursões venatorias por montes e valles.

Ás vezes os quinteiros ouviam a distancia a grita do hallali, e o seu pensamento não podia ser outro senão o que o nosso velho Castilho soube exprimir n'uma quadra:

Voam corceis e sabujos;
Apupa, apupa, clarim,
Que esta sina de fragueiros
Não tem descanço nem fim.

E as gandaras e os montes tremiam como no rimance da Nazareth; não valiam os pés ao gamo, nem valia a furia ao javali.

Os caçadores passavam como um tufão ardente.

Era o imperador que andava monteando, tal como nas valladas da Idade-média usavam fazer os velhos reis sagrados, de que a imaginação popular se lembra ainda.

Pois bem! Francisco José havia chegado á beira do lago de Traun e, por descançar das fadigas da caça, sentára-se á porta, de uma casa de campo. Quatro filhas do velho gentil-homem que alli morava, sahiram a cumprimentar o imperador, que ficára encantado de encontrar um bouquet de rosas primaveris perdido entre montanhas, á beira de um lago. Qual d'ellas lhe parecia mais formosa? Não o saberia dizer. De repente surge na clareira do bosque uma visão encantadora, vestida de branco, e acompanhada de um fiel molosso. Então os olhos de Francisco José