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XIV

El-Rei D. Luiz nos Jeronymos

(Outubro de 1889)


Edgar Quinet sentiu pulsar na igreja de Belem a alma navegadora do Portugal manuelino. São profundamente verdadeiras as suas observaçoes. De feito, todos os caracteres da vida do mar alli estão, em Belem. Cabos de pedra que ligam os pilares uns aos outros; altos mastros de mesena que sustentam as ogivas, os florões, as abobadas: a igreja é o navio que vai largar para os ousados descobrimentos. No claustro ha já espalhadas com mão profusa as primicias dos continentes recentemente descobertos: pendurados nos baixos relevos, os côcos e os ananazes; os macacos do Ganges trepando baloiçados pelos cabos; os papagaios do Brazil esvoaçando festivamente em de redor da cruz; elephantes de marmore que conduzem em triumpho a urna funeraria do rei